Pratto fala sobre a demissão de Rogério Ceni

Conseguir uma vitória não só para iniciar a recuperação na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, mas também para dedicar ao técnico Rogério Ceni e aos auxiliares Michael Beale e Charles Hembert, que deixaram o clube no intervalo de quatro dias. Esse é o pensamento do atacante e capitão Lucas Pratto, que reconhece que a saída do ex-treinador foi um golpe duro e triste para ser assimilado.

- Quando acontece a saída do treinador, a responsabilidade é nossa, é dos jogadores. O momento não é o que pensávamos quando começamos o Brasileiro ou mesmo quando o treinador começou seu projeto nos Estados Unidos, quando eu não havia chegado. Temos de trabalhar, não tem tempo para lamentar. Temos que conseguir uma vitória contra o Santos por nós e pela comissão técnica que foi demitida – afirmou o jogador.

Pratto saiu em defesa de Rogério Ceni, dizendo que o trabalho era bem feito pelo treinador.
- Em campo fomos muito ruim. Abaixo da expectativa nossa. Coletivamente e taticamente. Não conseguíamos fazer o que treinávamos. O Rogério é muito capacitado e estava preparado. A verdade é que não conseguimos ajudá-lo dentro de campo coletivamente e emocionalmente. Cada vez que tomava um gol não conseguia reagir. No último fim de semana foi claro isso. Não conseguimos mostrar em campo o bom trabalho que fizemos durante a semana – explicou o camisa 14.

O vice-artilheiro do Tricolor na temporada também revela que o relacionamento era muito bom com o ex-comandante.

- Já falei antes: grupo sempre esteve com ele. A gente corria igual ou mais que o rival. Chegávamos ao gol e finalizávamos muito. Mas como corremos e como finalizamos é o problema. Finalizamos mal. Fazia jogada de cruzamento sem ver quem tá na área. São detalhes os problemas. Quem está no dia a dia aqui sabe do relacionamento que tínhamos com Rogério – disse.

O atacante já viveu na Argentina a experiência de lutar contra o rebaixamento. E deixa claro: o São Paulo precisa melhorar se quiser escapar nioi Campeonato Brasileiro.

- Joguei em time de Série B. Joguei em um time que havia recentemente subido para primeira divisão, no Tigres, que enfrentou o São Paulo inclusive. Joguei e conseguimos ficar na Série A. Você faz muito esforço, é difícil e tem muita coisa contra. Não tenho medo de dar a cara. O time é muito grande, ainda faltam 27, 28 jogos. Temos de mudar muito nosso pensamento e compromisso – ressaltou.

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Desanima a mudança no projeto?
- Não me desanimo. Se desanimar por derrotas ou maus momentos, tenho que deixar de ser jogador. Estou triste porque se foi um treinador, uma grande pessoa. Uma comissão que se doava no dia a dia e capacitada. Não conseguimos fazer em campo. Seja quem chegar, temos de nos animar e focar 100% na recuperação. Precisamos de uma vitória rápido.

Diretoria defendeu Rogério e depois o demitiu. O que achou disso?
- Não é pergunta para mim. A resposta tem de ser da direção. Posso ter meus pensamentos, mas resposta da diretoria é responsabilidade deles.

Não segurar jogador que quer sair..
- A diretoria deu uma resposta válida. Mas é muito pessoal de cada jogador. Propostas são diferentes. Se tem proposta e decide conversar com a diretoria e decide que o melhor é a saída, é válido. Mas sempre falei em todos clubes que estava é que as decisões pessoais pensava em algo economicamente e esportivamente bom. E algo bom também para o clube.

Mudança na comissão técnica pode ser boa para o time?
- Depende muito de conseguir o resultado rápido. Seja quem for o treinador. Quando perde treinador, a cabeça do jogador está com desconfiança. Mas tem de trabalhar essa semana. Domingo acho que não teremos técnico. Estamos com Pintado interino. É fazer o que ele quer para ganharmos e recuperar a confiança. Temos de recuperar a nossa confiança. Nós entramos em campo.

Como encara as saídas dos jogadores?
- Falei disso há duas semanas: não é um problema só do São Paulo ou da diretoria, ou comissão. Há times que mantêm a base, e times que vendem. O problema aqui no Brasil o calendário deixa temporada aberta com todos países do mundo. Um time de fora quer um jogador, liga para o atleta e ele quer ir embora. Se for para sair, eles decidem. Calendário atrapalha.

Fonte: Globo Esporte

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