Ex jogador do São Paulo lembra do gol de cobertura em Marcos
A história do Choque-Rei não teve somente gols de cobertura marcados por palmeirenses: pelo Brasileirão de 2011, Dagoberto fez uma pintura contra o rival . O atacante recebeu passe de Rivaldo, deu um lençol em Leandro Amaro e encobriu Marcos para abrir o placar no clássico que terminaria 1 a 1 no Morumbi.
– Esse foi bacana, ficou marcado, ainda mais porque foi em cima do Marcão. Ele é uma grande figura. Na hora, não tive muita noção do que fiz. Mas depois o achei muito bonito. Com certeza foi mais bonito que o do Dudu. Tenho que puxar a sardinha para meu lado (risos). Tem o passe do Rivaldo, eu domino, dou quase um chapéu e encubro o Marcos. O gol do Dudu foi bem bonito também. São gols diferentes que marcam – afirma Dagoberto.
Com a carreira de jogador interrompida desde agosto do ano passado por vontade própria por, em suas palavras, estar cansado do futebol, o atacante diz que viveu seu melhor momento no São Paulo. Pelo Tricolor, atuou em 241 partidas e conquistou dois títulos brasileiros.
Nesses cinco anos de São Paulo, o ex-camisa 25 esteve acompanhado de Rogério Ceni. Fora de campo, apesar de compartilharem aniversários das famílias, não eram tão ligados, principalmente porque o atual treinador é onze anos mais velho que Dagol. Dentro de campo, porém, a relação entre Dagoberto e Ceni era de respeito mútuo. Hoje, o atacante acredita que o ex-companheiro brilhará como técnico.
– Ele era muito visionário. Empolgava e tinha uma leitura muito diferenciada de todo mundo. Tomara que dê certo. Seria muito bom para o futebol. Nossa relação era tranquila. É um cara que respeita o posicionamento de cada, até pelo seu status ali. Tem que saber dar o passo com ele. Era bem claro. Questão de hierarquia. Foram cinco anos de relação respeitosa – conta.
O atacante não esquece de 15 de junho de 2016. Foi a última vez que pisou no gramado do Morumbi. Com a camisa do Vitória, seu último clube, viu o Tricolor derrotar a equipe baiana por 2 a 0. Dagoberto foi ovacionado pela torcida são-paulina naquele dia.
– O São Paulo ficou muito marcado na minha história pela visibilidade. Foi o auge e a concretização de um sonho. Muita gente tinha dúvidas. Queriam ver o teste de fogo que era jogar em um time grande. Tenho um carinho gigante pelo clube. Contra o Vitória, a galera cantando meu nome... Fiquei muito feliz. Galera do Vitória nem acreditou. É difícil ver isso hoje em dia. Esquecem o passado muitas vezes. Ter esse reconhecimento foi gratificante.
O último ano de Dagoberto com a camisa do São Paulo foi 2011. Além de ter marcado o golaço de cobertura em Marcos, o atacante também discutiu com Paulo César Carpegiani na beira do gramado em partida contra o Linense. O treinador o chamou de bobalhão. No final da temporada, Dagoberto deixou o Tricolor para jogar pelo Internacional.
– Quando recebi proposta do Inter, meu desejo era ficar no São Paulo. O Inter me ofereceu cinco anos de contrato. O São Paulo, dois. Não entendi até hoje o que aconteceu com o Carpegiani. Ele sempre foi muito tranquilo. Não foi nada demais. Ele só teve um momento de piripaque ali – brinca Dagol.
*Colaborou sob supervisão de Mateus Benato
Fonte: Globo Esporte
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